segunda-feira, 27 de junho de 2011

3º Período

No terceiro período, o subtema da Área de Projecto “À Descoberta das Tradições” foi o “Património histórico e arquitectónico e realizaram-se actividades relacionadas com a pesquisa dos monumentos do concelho de Portel na internet e apresentações em powerpoint.





No âmbito do Projecto Comenius "Sharing Culture of the Old and Present Europe", no dia dez de Maio, os alunos apresentaram três tradicionais no Auditório Municipal de Portel. Nesta actividade participaram ainda alunos oriundos de vários países que também apresentaram danças tradicionais dos seus países de origem.  






Feira das Tradições




No dia dezassete de Maio realizou-se a “Feira das Tradições”, onde esteve patente uma exposição dos trabalhos realizados ao longo do ano lectivo sobre o património oral e arquitectónico da região, uma apresentação de powerpoint sobre o traje tradicional do Alentejo, amostra de doçaria da região, jogos tradicionais, exposição de artesanato da região (peças em cortiça, em madeira, em lã, bordados, …), promovida pelos utentes do lar de idosos da Santa Casa da Misericórdia, e com a exposição de trabalhos em couro, de um artesão da região convidado. Houve a apresentação de três danças do grupo folclórico infantil, organizado pelas professoras de Área de Projecto, e ensaiado pela professora de Educação Física de terceiro ciclo, Conceição Martins e ainda, desfile de trajes tradicionais alentejanos ( saias, chapéus, coletes) produzidos em materiais recicláveis.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

2º Período

Conteúdos:

Música, Danças e Cantares

Actividades:

#Pesquisa sobre o traje típico masculino e feminino da região e produção de apresentações powerpoint.
##Exposição na DREA dos trabalhos " À descoberta das tradições".





#Pesquisa do traje típico da Letónia com a colaboração da Assistente/Estagiária deste país.
#Produção de trajes típicos da região com materiais recicláveis.
- Reprodução de chapéus alentejanos:








- reprodução de trajes femininos alentejanos:












# Visita de estudo ao Museu Nacional do Traje ( 6º anos) em interdisciplinaridade com a disciplina de História e Geografia de Portugal e Ciências da Natureza,



# Recolha de cantares típicos de Portel.

# Produção de uma música e letra

Portel, lindo Portel

Portel, vila do montado,
Com muita ceifa e trigo,
Daí nasceu o Alentejo,
Com a alegria de um amigo.

Perguntámos aos nossos avós
O que era a ceifa?
E eles responderam:
Que era uma espécie de colheita.


Portel, lindo Portel
                                    És do meu coração              Refrão
Com amor e mel
És a minha paixão.

Nós somos miúdos de Portel
Do projecto das tradições,
No 5º ano andamos
Recolhendo informações.
Nós temos o dever
De a tradição manter
E na escola vamos trabalhar
Todos os dias sem parar.

     Portel, lindo Portel      
                                    És do meu coração              Refrão
Com amor e mel
És a minha paixão.


Letra de Dora Ferreira e Ana Dionísio 5º B Rita Brancas 5º A



# Formação de um grupo infantil de danças populares.

# Convite a um grupo de cantares e/ou folclórico.

# Feira das tradições: apresentação dos trabalhos realizados no 1º e 2º períodos integrada na semana da Globalização promovida pelo Departamento de Ciências Humanas e Sociais.

domingo, 31 de outubro de 2010

1º Período

Conteúdos
Usos, costumes e tradições

Actividades


# Recolha da literatura tradicional de expressão oral (provérbios, rezas, lengalengas, lendas, rimas…) do concelho.

Poemas populares


Portel tem um castelo real,
tem muralhas de bravura,
tem igrejas, tem altares,
tem arcos de arquitectura.

Portel tem urzes nas fontes,
tem alecrim nos montes,
tem moinhos de vento,
Vila de terras lavradas, de ruas caiadas e tem lindos monumentos.

Portel cheira a rosmaninho,
cheira a estevas e carvão,
vila de azeite, enchidos e mel,
queijos e de pão.

Portel tem um lagar
onde a tecnologia avança
e tem paisagens tão bonitas
para os olhos de uma criança.

Portel dos olivais,
das montadas e coutadas,
terra de tradições 
onde há feiras, festas e touradas.

Portel é o meu concelho,
ouçam bem o que lhes digo
e a minha terra natal
é a aldeia de Monte do Trigo.

Recolha de Margarida Fernandes (D. Joana  Miguens , 73 anos, Monte do Trigo) 
Sejam Felizes
Que sejam muito felizes
Com a sua família querida
Deus lhes dê muita saúde
E muitos anos de vida
O senhor tem boa maneira
É muito alegre
Deseja as maiores felicidades

Ler os livros belos
Uns são bons outros melhores vai ler
Ir ensinar a jogar é bom animador
Seja muito feliz e com muito amor

As flores são todas muito bonitas
Todas têm o seu valor
A rosa cor-de-rosa é mimosa
A rosa vermelha é a flor mais linda do amor    
(Julieta de Jesus Silvestre, 87 anos, Évora)
Portel está muito desenvolvido
já tem muitos valores
tem bons doutores e bons engenheiros e bons poetas
E maravilhosos grupos de cantores…

Portel está mais moderno
e já tem muitos valores
tem escolas muito boas
são jovens alunos que um dia são bons doutores…
                                                                                                                                 
Recolha de Janine Carvalhinhas, 5º A (Julieta Silvestre, 87 anos, Cuba)


A minha escola e o sol bendito
que a nossa alma ilumina
converte a treva em luz
converte a noite em dia.

E astro rutilante
de esplêndido clarão
a luz que ela irradia
chama-se instrução.

Recolha de Dora Ferreira, 5º B (Mariana Rosa Coelho, 71 anos, Santana)



O que sobra à burguesia
divido com atenção
toda a gente comia
e ainda sobrava pão.

Já fui rapaz, já fui homem,
fui solteiro e depois casado,
fui pai, mais tarde avô,
hoje estou velho e cansado.

Drogados seres perigosos,
não são mais jovens seguros.
São frutos apodrecidos
antes de estarem maduros.

Recolha de Duarte Caeiro, 5º B (Elisete Evangelista, 70 anos, Santana)



Rapazes e raparigas
vamos ao senhor São Pedro,
vamos por o pé na cova
para casar cedo.

A rosa depois de seca
foi-se queixar ao jardim.
O cravo respondeu:
- Mal de amores nunca tem fim.
                                                                   Recolha de Rita Brancas, 5º A (António Félix)


Viva o filho da sopeira
Viva o filho da sopeira
Viva o filho da sopeira
Viva o filho da sopeira

Havia de deus mandar
Um ano de azeite e pão
E vinho ate mais não
Que me queria embebedar
Queria-me então ir deitar
Para a adega numa esteira
Com uma tabua a cabeceira
Para um alguidar correndo
E de vez em quando dizendo
Viva o filho da sopeira

Eu não sei que gosto tem
Isto do sumo da uva
Não a velha nem viúva
Que não saiba emborcar bem
O mesmo digo também
Da pobre triste solteira
Casa da nem a primeira
Cos copos não volte o fundo
E o vinho e que alegra o mundo mundo
Viva o filho da sopeira
Ate os senhoresde gravata
Querem ter opinião
Mas se metem muito a mao
Mesmo o joiso lhe falta
Ele  de cor a ninguém cata
Nem o rei aisda esqueira
Ele e duma tal maneira
A esse todo que o beber
Mas não deixo de dizer
Viva o filho da sopeira

Entrou o pobre e pediu   
Onde estava o cidadão
Uma esmolinha a chorar
Com o seu chapéu na mão
Responde o rico avarento
Vá-se já daqui para fora
Que eu não tenho troco agora
Para lhe dar pelo seu sustento
Bradando ao mesmo tempo
Pelo seu guarda-portão
Que lhe fosse chamar ladrão
Aquele pobre aleijadinho
De entrar a pedir, coitadinho
Com o seu chapéu  na mão
Abalou o desgraçado
Da casa  do mal- feitor
Encontrou um trabalhador
Da mesma casa criado
Anda cá homem coitado
 Quero te a fome matar
Come aqui do meu jantar
Que eu sou pobre  e pobre fico
Nunca mais  peças ou rico
Uma esmolinha a chorar
Eles trataram de se
Sentar um ao outro
A dar de comer
E o rico por muito
Ter esmola lhe quis negar
Mas deus há-de castigar
Seja fidalgo ou varão
Ninguém tenha a presunção
De dizer que não precisa
Que se pode ver sem camisa
Com o seu chapéu na mão.

(Adosinda Maria da Silva Rato, 59 anos, Santana)



Histórias antigas


A vida dura do antigo

Em Janeiro matava-se um porquinho e tinha que dar para o ano inteiro, salgavam-se os ossos num pote de barro e salgava-se o toucinho numa salgadeira de tábuas. Depois do resto da carne faziam-se chouriços e chouriças que tinham que dar para o ano inteiro e para quem houvesse em casa. Depois dividia-se um bocadinho de chouriço, um bocadinho de toucinho, um ossinho enquanto havia. Depois era só o chouriço e o toucinho, feijão, couve ou grão.
Íamos para a ceifa ceifar do nascer ao pôr-do-sol ou para outro trabalho qualquer que houvesse. Na ceifa, às dez horas da manhã havia uma cozinheira que fazia os almoços no campo (que me calhou algumas vezes) e que custava bastante, pois eram trinta ou quarenta panelas à roda de um lume, era de morrer para mexer aquelas panelas. Dentro dessas panelas era o que havia, um ramo de poejos, um ramo de salsa, um bocadinho de bacalhau ou queijo, umas batatas e azeite. Depois umas sopas na tigela e “basava-se” essa comida por cima das sopas. Era o que se podia arranjar, era a “açorda da aceifa”. Depois às duas horas da tarde jantava-se o dito feijão com o toucinho e o chouriço. Às seis da tarde íamos merendar um bocadinho de pão com azeitonas (quem o tinha).
No Inverno íamos colher mato, outras vezes à monda e à bolota, levávamos uma merendinha, que agora se chama almoço, um bocadinho de toucinho azeitonas e pão.

Recolha de Dora Ferreira, 5º B (Adosinda Maria da Silva Rato, 59 anos, Santana)


Modo de transporte

Na era de 1960, era pequena, lembrava-me que o nosso transporte era burros, mulas, éguas e cavalos e carros era só a camioneta da carreira e os carros que existiam eram o carocha dos lavradores.

Recolha de Dora Ferreira, 5º B (Adosinda Maria da Silva Rato, 59 anos, Santana)



Rezas

Benzedura da Lua
Primeiro que tudo a benzedeira faz o sinal da cruz sobre si própria e depois sobre a criança.

Eu te benzo… (o nome da criança) da lua.
Lua nova, quarto crescente,
Lua cheia, quarto minguante.
De quantos quartos de sol e lua houver.
A lua por aqui passou
E a cor deste menino levou
E há-de tornar a passar
E a cor deste menino há-de deixar
Em louvor de deus e da virgem Maria.
Pai-nosso avé Maria.

Reza-se durante 3 dias seguidos.
Recolha de Micaela  6º C (D. Etelvina Aragão, 85 anos, Vera Cruz)

Benzedura do Sol
Santa Iria pelo mundo andou
E nossa Senhora encontrou
Que lhe perguntou:
-Onde vais Iria?
-Senhora, eu vou benzer o sol,
Tontura e dor de cabeça.
O filho da Virgem Maria
Benzo e a Virgem guia
Nove dobras de pano de linho
E um copo de água fria
Em louvor de Deus
E da Virgem Maria,
Pai Nosso e Avé Maria.
Foge daqui dor de cabeça.
Já aqui não fazes nada
Assim diz a bênção do Cristo
Com a sua boca Sagrada:
Aqui se seque e aqui se mirre
Daqui não passe,
Deus queira que seja para bem.
Ámen Jesus, Maria e José.
Recolha de Rafaela 6º C (D. Etelvina Aragão, 85 anos, Vera Cruz)

Benzedura de Sol ( outra versão)
Mete-se um copo com água emborcado à cabeça com um pano por baixo.

Jesus santo nome Jesus
Aonde está o santo nome de Jesus
Não aconteça mal nenhum.
São Pedro pelo mundo andou
O Senhor encontrou e lhe perguntou:
- Pedro Paulo, aonde vais?
- Senhor, com uma dor de cabeça tão forte
- Pões a mão na cabeça e aperta
Que a palavra de Deus é certa.
- Se mal se espalhar um pai-nosso hei-de rezar. (repetir tudo 5x)

Recolha de Dora Ferreira, 5º B (Donzília Maria Ramalho Coelho, 64 anos, Santana)


Benzedura para o ezagre, cobro e fogo

Jesus que é o nome de Jesus, onde está o santo nome de Jesus, não entra mal nenhum. Indo o senhor com o seu bendito filho, subindo uma grande altura, viram uma grande claridade. Disse o filho para o pai:
- Meu pai o que é aquilo que além arde?
Disse o pai para o filho:
- É o fogo e o cobro e o ezagre.
Disse o filho:
- Meu pai com que se apagaria?
- Com o unto do porco e o pó para a estrada e untando com unto. No outro dia lava-se com água morna e açúcar e depois dá-se de amêndoa doce nas chagas.

Recolha de Sara Cachaço, 5º C (Maria Adélia Frangäo Poupa, 61 anos, Oriola)


Orações

Oração para o mau olhado

Deus te fez, Deus te criou, Deus tire o mal que em teu corpo entrou. Em louvor de S. Pedro e de S.Paulo que te tire este mau olhado.
Assim como Deus fez o mar sagrado, assim eu te tire este mau olhado.
Assim como Nosso Senhor foi nascido em Belém, assim vá o mal desta criatura se por acaso tem.
Pai Nosso e Avé Maria. (9 Vezes)
Recolha de Rafaela,  6º C ( Lúcia Rocha, 47 anos, Vera Cruz)


Santo António de Lisboa
que em Lisboa foste amado
em Roma santificado
pelo hábito que vestiste
pelo cordão que cingiste
missa nova que rezaste
pelo cálice que nela achaste
eu te peço Santo António
que me proteja.
Recolha de Hélder Coelho, 5º C (Teresa Maria Ordem Poeira Alho, 75 anos, Vera Cruz)

 
Sto. António se levantou
seu bordanito alcançou
caminhos e estradas andou,
Jesus Cristo encontrou.
Ele lhe perguntou:
- Onde vais, António?
- Senhor Convosco vou.
- Tu comigo não irás, volta para trás,
vai espalhar esta trovoada, espalha-a bem espalhada
para onde não haja eira nem beira, nem raminho de figueira,
nem gadelhinho de lã.
de lã, nem bafo de alma cristã.

Recolha de Tiago Ramalho, 5º C
Padre nosso pequenino
Tem as chaves do menino
Quem lhas deu?
Quem lhas daria?
S. Pedro, S. Maria
Já os galos cantam
Já os anjos se levantam
Já Deus subiu à Crus,
para sempre, Amem Jesus.  
Recolha de Helder Coelho 5º C (Etelvina Costa Aragão, 85 anos)

Nesta cama me vou deitar sete anjos me acompanham três aos pés quatro à cabeceira nossa senhora na dianteira.

Recolha de Sara Cachaço, 5º C (Maria Adélia Frangäo Poupa, 61 anos, Oriola)


LENDAS
A lenda da Fonte-Santa
Durante a Idade Média trouxeram da Terra Santa um pedaço do Santo Lenho, que se destinava à Sé de Évora (onde se encontra actualmente uma relíquia com idênticas características).
Diz a Lenda que a mula onde o Santo Lenho era transportado para a Vera Cruz, recusou-se a ir mais adiante e ali veio a morrer.
Logo se produziram uma série de milagres, brotando da terra uma fonte santa e nascendo um pinheiro no local onde o armeiro espetou a vara com que picava a mula.
O sinal era evidente: a relíquia devia ficar naquele local.

(Francisca Burralho da Silva, 64 anos,Vera Cruz)

Lenda da “Fonte Santa” ( outra versão)

A aldeia de Vera Cruz deve o seu nome à relíquia do Santo Lenho que se encontra religiosamente guardada na igreja da freguesia. Acredita-se que o tesouro é parte da cruz onde Cristo foi crucificado, tendo aqui chegado pelas mãos dos cruzados que combatem no norte da África.

Contam as pessoas mais antigas que no passado, pessoas influentes da região, quiseram levar o Santo Lenho para a Sé de Évora, por acharem que este seria o local mais indicado para o acolher, devido à sua grande relevância histórica e religiosa.
No intuito de concretizar essa ideia, chegou à aldeia um cavaleiro que, depois de acomodar conveniente o Santo Lenho numa arca, seguiu caminho, montado numa mula, em direcção a Évora pela estrada que liga a povoação de Vera Cruz à Vila de Portel.
Ao chegar ao local onde hoje é a Fonte Santa, o animal parou-se não obedecendo mais às ordens do cavaleiro para seguir a jornada. A mula caiu e surgiu uma nascente de água.

Recolha de João Filipe Guerreiro Gonçalves (Joaquina Maria Capela de Cristo, 78 anos, Vera Cruz

Lenda de Santa Ana

Reza a lenda que um pastor que passava ao pé de uma pedra, terá ficado espantado ao ver Nossa Senhora em cima da pedra. Ela chamou-o dizendo-lhe:
- Vai à aldeia e transmite a minha mensagem: diz às pessoas que aí vivem que construam aqui, neste local, uma capela em minha honra e à volta, a aldeia.
O pastor assim fez, foi até à aldeia e repetiu o que a Senhora lhe pedira. As pessoas riram-se dele e chamaram-lhe maluco. Voltou então ao local onde a Senhora tinha aparecido e rezou. Algum tempo depois, Nossa Senhora reapareceu e pediu-lhe que lhe contasse a reacção das pessoas. O pastor disse-lhe que elas não tinham acreditado num pobre e humilde pastor e tinham feito troça dele. Nossa Senhora desapareceu e nunca mais foi vista naquele local.
Ninguém sabe ao certo há quantos tempo foi a aparição, mas a população da aldeia acredita na lenda de Santa Ana.
      
Recolha de Dora Ferreira, 5º B (Maria Amélia Fernandes Mateus, 42 anos, Santana)
 
Lenda de Monte do Trigo
Era uma vez, um senhor muito rico que tinha muitas terras semeadas de trigo de onde ele tirava a sua riqueza.
Certo dia, um mendigo sem ter de comer, nem beber, bateu à porta desse senhor para lhe pedir pão e água.
O senhor rico negou-lhe o pão e a água e fechou-lhe a porta.
O mendigo disse ao senhor rico, que todo o trigo que tinha se transformaria em pedra.
No outro dia assim foi. Por isso se chama a história do Outeiro de trigo.  
(Esperança Mira, 84 anos, Monte do Trigo)

        A lenda de Monte do Trigo ( outra versão )
Certo dia, andava um sem-abrigo a vaguear por aí quando chegou às terras de um homem muito rico e o sem-abrigo ficou pasmado com a abundância de trigo que aquele homem tinha.
       O sem-abrigo caminhou mais um pouco e viu uma casa, foi até lá e bateu à porta, pouco depois veio um homem à porta e perguntou:
- Pode-se saber o que está a fazer nas minhas terras?
       E o sem-abrigo respondeu:
- Meu bom homem, você é tão rico e vive tão bem será que me podia dar um pouco de água e comida?
       Mas para grande espanto do sem-abrigo o homem disse:
- Não!
E então por causa do egoísmo deste homem todas as suas terras de trigo se transformaram em pedras, insignificantes pedras e assim nasceu Monte do Trigo.
Recolha de Margarida Fernandes, 6º B

LENDA DO OUTEIRO DE TRIGO EM MONTE DO TRIGO ( outra versão)

Havia um senhor muito rico que tinha muitas herdades semeadas de trigo, era de onde ele tirava a sua riqueza.
Certo dia, um pobre, muito pobre, bateu à sua porta pedindo-lhe pão e água, pois estava cheio de fome e com sede.
O senhor rico negou-lhe o pão e a água.
O pobre ficou destroçado e desejou que todo o trigo que ele tinha semeado se transformasse em pedras.
No dia seguinte, quando o senhor rico chegou a uma das suas herdades, viu que todo o trigo se havia transformado em pedras, lembrando-se logo de seguida do que tinha feito ao pobre coitado.
Diz a lenda que o pobre era Jesus Cristo, não podendo ser de todo verdade, porque Jesus Cristo não desejaria mal a ninguém.
No local onde se diz que tudo isto aconteceu, está um outeiro de trigo, de onde se pode avistar a aldeia de Monte do Trigo.
Recolha de Bernardo Ribeiro, 6º B

Provérbios

Logo que Outubro venha, procura lenha.
Duarte Caeiro, 5º B (Mariana Rosa Coelho, 71 anos)

Não desejes mal a ninguém, que o mal no caminho vem.

Se queres ser bom alheio, semeia alho no mês de Janeiro.

Recolha de Marco Ranhola, 5º B (Ana Conde, 32 anos, Portel)

Quem por Deus anda, por Deus é ajudado.

Não fales dos outros que de ti te lembras.

Recolha de Sara Cachaço, 5º C (Maria Adélia Frangäo Poupa, 61 anos, Oriola)


Enquanto a pega papa a fava porque não papa a fava a pega.

Recolha de Tiago Ramalho, 5º C


Quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos.
Quem tem unhas é que toca viola.

Recolha de António Nunes, 5º A (Perpétua Charrua, 83 anos, Portel)



Não é dia de Santa Maria é noutro dia.

Recolha de Dora Ferreira 5ºB (Clemência Rosa Fernandes, 69 anos, Santana)


Adivinhas

Cru não há e cozido não se come. O que é?
R: lategev oãvrac O

Recolha de João Paulo, 5º A (Fernando José Monteiro Batalha, 44 anos, Portel)

Porque é que as galinhas chocam?
R: seõvart tem oãN

Recolha de Miguel Gil, 5º C (Deolinda das Dores Rodrigues Rato Nepomuceno, 52 anos, Monte do Trigo)


Quatro antenas sem televisão, vou passear em dias de verão, da minha casa espreito o perigo, vá para onde for, levo-a sempre comigo, quem sou?
R: locarac O


Mas que bicho será? Passa a vida a saltar, é muito matreiro, não se deixa apanhar.
R: otohnafag O


É a minha grande defesa, com ele falo com Jesus, as suas balas são contas e o seu gatilho uma cruz, o que sou?
R: oçret O


Por muitos sou procurado, para lhes cumprir seu desejo, a muitos não satisfaço porque só mostro o que vejo!
R: ohlepse O


Tenho patas e não ando, não me posso mexer, nas costas levo a comida e não a posso comer, o que sou?
R: asem A


Para ti não valem nada, para o cão é um manjar, tu sem eles não podias nem dar saltos nem andar, o que é?
R:  sosso O


Mal nasço começo logo a crescer, aumento tanto, tanto, até desaparecer, o que sou?
R: omuf  O


Nasce o sol e nasço eu, somos amigos leais, quando se esconde o sol tu a mim não me vês mais, o que sou?
R: edadiralc A


Sou mãe de muitas filhas, vermelhinhas como rosas, pus a coroa a todas para as tornar mais famosas, o que sou?
R: ãmor A


Quando vou parece que venho, quando venho parece que vou, eu engano meu rapaz, porque ando sempre para trás, o que sou?
R: o ojeugnarac O


O vento me leva porque leve sou eu, apenas eu resto de tudo o que ardeu, o que sou eu?
R: aznic A


Quando fui, fui as deixando, quando vim, vinha-as duplicando, o que é?
R: sadagep sA

Recolha de Tiago Ramalho, 5º C

# Tratamento informático, ilustração desta recolha e elaboração de cartazes.
 
# Convite a um poeta popular,  a um contador de histórias, música popular provérbios lendas e coisas mais...



 
# Exposição da recolha da literatura do património oral.
# Realização da reportagem fotográfica dos eventos.
 




# Visita de estudo à Feira do Montado.


  


 

















# Recuperação de costumes ancestrais (bordados, croché...).
# Produção e venda de talegos cuja receita irá reverter para a compra de produtos alimentares que serão entregues na paróquia de Portel para posteriormente, serem distribuídos às famílias carenciadas do concelho.

Várias fases da produção de talegos

Os alunos trouxeram  panos que já não eram uitlizados e cortámo-los em pedaços iguais.

Os alunos fizeram uma baínha à volta dos panos e uniram-nos em forma de um saco.

 




 Os alunos encheram os talegos com alecrim, planta aromática tipicamente alentejana.


Os alunos definiram como lema da campanha, o provérbio
"Ajuda-me a ajudar, que Deus te ajudará".
 Fizeram etiquetas no Publisher que serviram para decorar os talegos.








Os alunos concluíram o trabalho na penúltima semana de aulas do primeiro período.
É tempo de Natal, tempo de afecto, de amor que os alunos quiseram demonstrar ao venderem os seus trabalhos para angariar fundos que iriam reverter a favor daqueles que, neste momento, precisam da nossa solidariedade.


# Recolha, amostra e venda bolos típicos da região cuja receita reverterá a favor da compra de bens alimentares que serão distribuídos às famílias carenciadas do concelho de Portel. 


# “Histórias de outro tempo…” convite a pais ou avós para relatar situações da sua infância.

# Pesquisa e representação gráfica ou fotográfica sobre as tradições do Natal, Páscoa e Carnaval do concelho de Portel tempo dos bisavôs e avôs e apresentação dos mesmos na festa de Natal.


O NATAL DOS MEUS AVÓS
No tempo em que a minha avó Luísa era da minha idade a época natalícia era um pouco diferente. Na casa dela não havia árvore de Natal, só um presépio. Este presépio era com figuras de papel. O pai da minha avó, o meu bisavô Inácio, fazia os desenhos no papel através de uns moldes de madeira que havia na altura. Depois, com a ajuda da minha avó, recortavam as figuras.
Eles comemoravam na véspera de Natal, juntando-se a família mais chegada porque naquele tempo as pessoas poupavam muito e não gostavam de gastar o pouco dinheiro que tinham em grandes jantares. Eles ficavam à volta do lume e bebiam chocolate quente com bolos e pão com queijo.
Ainda neste dia eles colocavam os sapatos ao pé do lume e junto à chaminé para ver o que aparecia. As prendas só eram abertas no dia de Natal!
Naquele tempo só a minha avó Luísa é que recebia prendas porque era a mais nova. A prenda era só uns bombons e alguns chocolates que ela ia guardando para ter para o ano seguinte…
Recolha de Madalena Cabaça, 5º A

Natal dos meus avós
No tempo dos nossos avós, o Natal era muito pobrezinho, porque ninguém tinha dinheiro para comprar prendas às crianças.
Então os meninos arranjavam outras maneiras de se divertirem no Natal.
Construíam o presépio com musgo que iam buscar aos troncos das árvores e punham umas sementes de trigo dentro de uma caixa de madeira, regavam-nas todos dias para nascer a cana do Menino Jesus.
Costumavam guardar o maior tronco de madeira para o lume da noite de Natal, que ficava aceso toda a noite.
As avós e as mães costumavam fazer umas filhoses, bêbedos, fritavam favas, matavam uma galinha e faziam cabidela.
Haviam poucos recursos, mas o Natal era muito divertido.
Recolha de Ana Dionísio 5º B




O Natal no tempo dos meus avós

O Natal dos meus avós era passado em família.
Ao serão faziam filhoses e passavam a noite à lareira.
Era o Menino Jesus que trazia as prendas e os mais pequenos julgavam que descia pela chaminé e deixava os presentes no sapatinho. Logo pela manhã, levantavam-se cedo para ver o que havia deixado no sapatinho, mas geralmente era apenas uns chocolates ou alguma roupa.
Aquele tempo era muito difícil e os pais não tinham possibilidades para muitas prendas. Estes presentes serviam apenas para não esquecer que era o Menino Jesus que trazia as prendas.
Os meus avós e as outras crianças acreditavam mesmo que era o Menino que lhes trazia os presentes e dizem que era muito engraçado quando descobriam o contrário.
À noite iam em família à missa do galo que era à meia-noite.

Recolha de Ana Raquel 6º A



O Natal de antigamente

Diz o meu avô paterno, que no tempo da sua infância, na zona das Beiras, mais especificamente, no concelho de Pedrogão Grande, o Natal era passado com toda a família. Havia muita alegria.
Uns dedicavam-se à confecção da comida, bacalhau, couves, outros enfeitavam a árvore de Natal e outros confraternizavam logo que chegavam a casa.
Quando chegava a meia-noite, os mais velhos diziam para os mais novos que era hora de deitar, dizendo-lhes que o Menino Jesus viria com as tão desejadas prendas.
À noite, os pais colocavam as prendas junto da chaminé, bem como uma filhós com uma dentada, para poder ser dito aos mais novos, que o Menino tinha passado por ali, deixado as prendas e dado uma dentada na dita filhós.
E o mundo da ilusão passava de ano para ano até chegar a altura de saber toda a verdade.
Recolha de Ricardo Bernardo 6º C